quarta-feira, 11 de setembro de 2019

A cachoeira

Como água que salta da pedra
libertou-se de tudo que não era
e assumiu a forma de que é
sendo, finalmente, si.

Despiu-se sobre o mundo
das correntes, ferro e tecido
mas não sua vaidade.
Ah, sua vaidade!
Desta municiou-se,
dignificou-se.

Deitada como leito de rio
sinuosa e reta, curvilínea línea
se expôs e foi, em foto movimento,
um eterno constante momento.

Do mundo que a admirou
sem nem mesmo abrir os olhos
com a beleza que sabia que era
as bocas calou.


______________
Onishiroi Shonin

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Faça um poema feliz, converse com ele XD