O farol de minha torre permanece
aceso, iluminando as trevas.
Constante como as pedras sobre
as quais me sustento firme, às quais
pertenço.
Meu barco, em meu pequeno píer,
há muito parado mas ainda pristino.
Não é ele, ou a mar, mas minhas mãos,
admito, um pouco cansadas,
que talvez não tenham mais a força
de procurar lá fora a tempestade distante
que me deixou aqui, ao seguir adiante.
Ou a vontade, contra o dever.
Não vivo só.
A luz do farol socorre e atrai
as almas perdidas que navegam
ou se afogam
pelas trevas do mundo.
No farol elas encontram calor e sustento
direção.
O farol é necessário.
Sobre as pedras deste atol
eu permaneço, cuidando da luz,
mas desejando a tempestade
sempre, sempre distante.
Não vivo só.
Mas da luz do farol
que evita que outros aqui se percam
eu cuido só.
______________
Onishiroi Shonin
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