Eis que após tanto tempo
mantendo firme minhas mãos
para que não escorresse
como areia entre os dedos
o meu amor...
percebi que era não eu que segurava
mas as unhas cravadas em mim
que nos juntavam.
Vi no olhar, no calor dos lábios
no desespero da língua que me busca
a alma presa, desesperada.
E foi assim que
entreguei-me ao vento
e tornei-me areia
escorrendo entre as unhas
fugindo daquele beijo
e caindo, caindo, caindo
no fundo do mais negro abismo.
Num último momento,
em que já frio, distante até mesmo
da memória do calor do toque que abandonei
olhei para o céu e vi meu amor
que
livre
sorria.
______________
Onishiroi Shonin
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