O dia amanheceu recusando o azul,
no céu, no chão, as ruas vermelhas
do sangue dos nossos derramado,
por uns sentido, outros ignorado.
O fogo que queima na minha'alma
não coube nas veias do silêncio,
foi posto nos carros, nas ruas.
A chama inflama vermelha, e negra.
Mais um negro foi morto e torturado.
Seu crime inafiançável, porte de melanina
pois que mesmo abaixando a cabeça
era ainda um negro.
Um homem negro
morto e torturado.
Há quem ainda acha importante
distinguir, separar, segregar
pela cor de nossa pele.
Como se não bastasse a dicotomia social.
O rei branco na casa um sai impune
com seus bunkers e guardas e cercas.
Pensou em atravessar a rua mas decidiu
não olhar de perto os cartazes brancos
nas mãos negras, ficou atrás das linhas
dos guardas brancos, de roupas negras.
Se acham tão elevados e puros, intocados
com suas mãos manchadas de vermelho-sangue.
Não obstante, eles erguem essas cores
Oscilando suas bandeiras flamejantes.
Todos fascistas, nazistas, racistas
Armados com ódio e desrespeito,
Repletos de indiferença e preconceito,
Repetindo histórias de "não sou mas".
Já não podemos respirar!
Já não podemos nos calar!
Faremos sim, barreira a quem precisa.
Romperemos nosso silêncio,
Encheremos o mundo de protestos.
A injustiça não merece paz.
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Onishiroi Shonin & Gabriela Cataldo
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