Todo dia, tira a roupa social
do cabide, e coloca sobre si.
Torna-se aquilo, sem ser.
A alma, esta tira de si
e pendura no armário.
Não se usa isso aonde vai.
Não é que não se sorria.
Nem que não haja alegria.
Mas essa aparência de vida
é acidental, um erro no sistema.
O sistema é duro, é frio.
Não há espaço para gente
para a vida, para a alma.
Faz-se o que tem que ser feito,
sem lealdades, sem orgulho,
sem alma.
De segunda a sexta, as vezes mais
deixa de viver, para obter
o que acha necessário para manter.
Deixa-se de ser,
para viver.
O sistema processa, o sistema formata.
Todo dia, deixa a alma pendurada
e a olha como estranha
sem sentir nada.
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Onishiroi Shonin
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