Ela me deu o que nunca pedi
ao enxergar em mim o que eu
podia ser, antes de conceber
e com os olhos, na minha alma pedra
esculpir tudo que havia em mim
tirando tudo que eu não era.
Eu dei de volta o que podia
ao escrever o verso que achei
dentro do espírito que encontrei
nos olhos que me enxergavam
mais do que eu mesmo
os versos que ela era.
Os versos que ela me deu.
No objetivo e material, quem olhava
via muito, muito pouco, o trivial.
Café da manhã, um passeio
um pé que se esquenta no meio da noite,
ligações de dois minutos para dizer
eu te amo.
Abaixo da superfície,
bem no fundo de nossos olhares
havia um mundo
havia arte
havia tudo que nós.
______________
Onishiroi Shonin
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