Talvez eu devesse abandonar o verso
render-me a forma bruta, disforme,
da palavra direta, atirada, disparada,
como quem faz do dedo metralhadora,
arma.
Talvez devesse aceitar que o mundo
mudou.
Seguiu adiante, aceitou, virou
algo mais duro, obtuso, ríspido.
Meio sem graça ainda que cômico,
ou desesperador.
Talvez também não seja para tanto
eu somente esteja exagerando,
e fosse mais fácil não parar
mas simplificar, talvez um pouco
mais simples
fique compreensível.
Talvez, se fosse algo assim
menino veste azul
menina veste rosa
Damares acha que lacrou
eu acho que só fala bosta.
Talvez... talvez assim.
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Onishiroi Shonin
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