Era para ser uma noite daquelas
meio esquecíveis, aleatórias.
Ao menos, assim tudo indicava
entre o cheiro de chuva e o calor
que eram para o verão, normais.
Eu estava quieto, calmo, só,
salvo do mesmo eterno amigo
companhia, uma garrafa de vinho.
Era para ser uma noite daquelas
que nem se chamam normais
pois esquece-se, perde-se,
apagam-se na memória, tão iguais.
Mordi o lábio inferior contudo.
De assalto, súbito me veio
o gosto, a dor, o cheiro
a memória do seu beijo.
______________
Onishiroi Shonin
domingo, 6 de janeiro de 2019
quinta-feira, 3 de janeiro de 2019
Uma nova era no Brasil
Talvez eu devesse abandonar o verso
render-me a forma bruta, disforme,
da palavra direta, atirada, disparada,
como quem faz do dedo metralhadora,
arma.
Talvez devesse aceitar que o mundo
mudou.
Seguiu adiante, aceitou, virou
algo mais duro, obtuso, ríspido.
Meio sem graça ainda que cômico,
ou desesperador.
Talvez também não seja para tanto
eu somente esteja exagerando,
e fosse mais fácil não parar
mas simplificar, talvez um pouco
mais simples
fique compreensível.
Talvez, se fosse algo assim
menino veste azul
menina veste rosa
Damares acha que lacrou
eu acho que só fala bosta.
Talvez... talvez assim.
______________
Onishiroi Shonin
render-me a forma bruta, disforme,
da palavra direta, atirada, disparada,
como quem faz do dedo metralhadora,
arma.
Talvez devesse aceitar que o mundo
mudou.
Seguiu adiante, aceitou, virou
algo mais duro, obtuso, ríspido.
Meio sem graça ainda que cômico,
ou desesperador.
Talvez também não seja para tanto
eu somente esteja exagerando,
e fosse mais fácil não parar
mas simplificar, talvez um pouco
mais simples
fique compreensível.
Talvez, se fosse algo assim
menino veste azul
menina veste rosa
Damares acha que lacrou
eu acho que só fala bosta.
Talvez... talvez assim.
______________
Onishiroi Shonin
Assinar:
Postagens (Atom)