Minha casa eu construo com paredes de papel
Bases frágeis balançadas pelo vento
Apoadas únicamente em terra
e pena e grafite
Um dedo basta para a parede furar
Um suspiro e toda a casa voar
A força de um tropeço tira ela de lugar
Uma borracha tem o poder de a apagar
Minha casa tem a porta aberta a quem quiser
Obras de arte sem um guarda sequer
Ainda assim nela vivo sozinho
Nem ladrões ousam enfrentar o vazio
Minha morada tem o teto elevado
Espaço para reis e dragões
De olhos abertos é escura caverna
De olhos fechados se ilumina com o sol
Muitos já vieram destruí-la
Sem esforço suas mãos a põem abaixo
No dia seguinte novamente está em pé
Um novo cômodo, uma nova ala até
Para quem olha com cuidado as paredes tem marcas
Em cinza claro de maneira organizada
Hão palavras e palavras sons que são
De cada verso, cada estrofe da canção
Minha casa tem pareces de papel
Onde escrevo minha vida em poesia
Minha casa está dentro de meu coração
E dentro dela eu espero, hedonia e apostasia
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Onishiroi Shonin
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