quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
Quinta-feira
O dia teve muitos números
e ternos e botões.
Processos e demissões.
Houve metas, e coisas
batidas, alcançadas e
sofridamente desistidas.
Alguém chorou e riu.
Alguns sapatos brilhantes.
Vestidos dançantes.
Via de regra,
foi um dia bem
pouco poético.
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Onishiroi Shonin
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
Queimando o céu
Avancei com passos firmes.
O céu laranja, a terra parda,
a aurora crescia, o coração acelerava
o amor movia minhas pernas.
Com força ergui os braços.
O céu laranja, o sol dourado,
a afetuosidade estava nos olhares,
o amor guiava meus dedos.
Então caí em mim e percebi,
que o laranja se esvaía.
E não era a aurora sobre mim,
mas o crepúsculo que crescia.
Agora não há mais afeto e o céu,
é cinza e vermelho.
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Onishiroi Shonin
O céu laranja, a terra parda,
a aurora crescia, o coração acelerava
o amor movia minhas pernas.
Com força ergui os braços.
O céu laranja, o sol dourado,
a afetuosidade estava nos olhares,
o amor guiava meus dedos.
Então caí em mim e percebi,
que o laranja se esvaía.
E não era a aurora sobre mim,
mas o crepúsculo que crescia.
Agora não há mais afeto e o céu,
é cinza e vermelho.
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Onishiroi Shonin
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
Listras, listas...
Listras, listras...
tínhamos belas listras outrora.
Contra o verde do chão
e o do céu azul.
Listas, listas...
existiram listas porém.
Tapetes, cobertas, balas
e até do céu o azul.
Listras, listras...
ainda temos listras.
No chão, paredes, o sofá da sala.
E até no céu.
Eles não notam.
Roubaram o azul.
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Onishiroi Shonin
tínhamos belas listras outrora.
Contra o verde do chão
e o do céu azul.
Listas, listas...
existiram listas porém.
Tapetes, cobertas, balas
e até do céu o azul.
Listras, listras...
ainda temos listras.
No chão, paredes, o sofá da sala.
E até no céu.
Eles não notam.
Roubaram o azul.
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Onishiroi Shonin
domingo, 24 de fevereiro de 2013
Domingo em casa
O sol apareceu sem nascer,
sem anunciar, sem avisar.
Correu pelo céu
como quem anda.
As sombras se
esticaram
encolheram
esticaram.
Palavras soaram,
o vento soprou,
a onda bateu.
A sombra morreu.
E absolutamente nada
aconteceu.
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Onishiroi Shonin
A forja
A mão sobe, desce.
O fogo aumenta,
as almas derretem,
os corações misturam.
A mão sobe, desce.
O martelo bate,
as dúvidas morrem,
o amor explode.
A mão sobe, desce.
A água congela,
o desespero abate,
o frio envolve.
A mão sobe, desce.
A paixão acaba,
a lâmina corta,
mata.
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Onishiroi Shonin
O fogo aumenta,
as almas derretem,
os corações misturam.
A mão sobe, desce.
O martelo bate,
as dúvidas morrem,
o amor explode.
A mão sobe, desce.
A água congela,
o desespero abate,
o frio envolve.
A mão sobe, desce.
A paixão acaba,
a lâmina corta,
mata.
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Onishiroi Shonin
Abominável menestrel das neves
Um violão que toca a última nota
Um tom sustenido que perdura no ar
Que insiste sabendo que sua vida se extingue
Que, aguda, estica-se e morre
O silêncio perdura no ar
Pois o trovador não quer mais falar
Os lobos que uivavam á sua companhia
Agora silenciam em triste melodia
As nuvens cobrem a luz do luar
A névoa vem para opaca o ar tornar
Antes conhecido por sua alegria
Hoje a canção se torna desarmonia
A neve cai indiferente, friamente
Congelando o calor tropical
Punindo a razão, enevoando a mente
Completando visualmente o final
O herói agora é monstro
O lorde agora é servo
O trovador, agora mudo
O guardião, agora dorme
Nos lábios não mais uma canção
Nos lábios não mais um beijo
Nos lábios agora a morte
E a tristeza da última, silenciosa, canção
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Onishiroi Shonin
Um tom sustenido que perdura no ar
Que insiste sabendo que sua vida se extingue
Que, aguda, estica-se e morre
O silêncio perdura no ar
Pois o trovador não quer mais falar
Os lobos que uivavam á sua companhia
Agora silenciam em triste melodia
As nuvens cobrem a luz do luar
A névoa vem para opaca o ar tornar
Antes conhecido por sua alegria
Hoje a canção se torna desarmonia
A neve cai indiferente, friamente
Congelando o calor tropical
Punindo a razão, enevoando a mente
Completando visualmente o final
O herói agora é monstro
O lorde agora é servo
O trovador, agora mudo
O guardião, agora dorme
Nos lábios não mais uma canção
Nos lábios não mais um beijo
Nos lábios agora a morte
E a tristeza da última, silenciosa, canção
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Onishiroi Shonin
Casa de papel
Minha casa eu construo com paredes de papel
Bases frágeis balançadas pelo vento
Apoadas únicamente em terra
e pena e grafite
Um dedo basta para a parede furar
Um suspiro e toda a casa voar
A força de um tropeço tira ela de lugar
Uma borracha tem o poder de a apagar
Minha casa tem a porta aberta a quem quiser
Obras de arte sem um guarda sequer
Ainda assim nela vivo sozinho
Nem ladrões ousam enfrentar o vazio
Minha morada tem o teto elevado
Espaço para reis e dragões
De olhos abertos é escura caverna
De olhos fechados se ilumina com o sol
Muitos já vieram destruí-la
Sem esforço suas mãos a põem abaixo
No dia seguinte novamente está em pé
Um novo cômodo, uma nova ala até
Para quem olha com cuidado as paredes tem marcas
Em cinza claro de maneira organizada
Hão palavras e palavras sons que são
De cada verso, cada estrofe da canção
Minha casa tem pareces de papel
Onde escrevo minha vida em poesia
Minha casa está dentro de meu coração
E dentro dela eu espero, hedonia e apostasia
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Onishiroi Shonin
Bases frágeis balançadas pelo vento
Apoadas únicamente em terra
e pena e grafite
Um dedo basta para a parede furar
Um suspiro e toda a casa voar
A força de um tropeço tira ela de lugar
Uma borracha tem o poder de a apagar
Minha casa tem a porta aberta a quem quiser
Obras de arte sem um guarda sequer
Ainda assim nela vivo sozinho
Nem ladrões ousam enfrentar o vazio
Minha morada tem o teto elevado
Espaço para reis e dragões
De olhos abertos é escura caverna
De olhos fechados se ilumina com o sol
Muitos já vieram destruí-la
Sem esforço suas mãos a põem abaixo
No dia seguinte novamente está em pé
Um novo cômodo, uma nova ala até
Para quem olha com cuidado as paredes tem marcas
Em cinza claro de maneira organizada
Hão palavras e palavras sons que são
De cada verso, cada estrofe da canção
Minha casa tem pareces de papel
Onde escrevo minha vida em poesia
Minha casa está dentro de meu coração
E dentro dela eu espero, hedonia e apostasia
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Onishiroi Shonin
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
Mais tarde
Deveria ter dito algo,
feito, cantado, gritado.
Falaram que deveria ter ido,
mas não ouvi ser dito.
Soube que me chamaram,
pelas cartas que chegaram.
Deveria ter avançado,
foi como me culparam.
Somente após assinado
expliquei aos que me escutaram
que muito ocupado então estava,
ouvindo o coração que cantava
e escrevendo um poema.
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Onishiroi Shonin
feito, cantado, gritado.
Falaram que deveria ter ido,
mas não ouvi ser dito.
Soube que me chamaram,
pelas cartas que chegaram.
Deveria ter avançado,
foi como me culparam.
Somente após assinado
expliquei aos que me escutaram
que muito ocupado então estava,
ouvindo o coração que cantava
e escrevendo um poema.
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Onishiroi Shonin
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