Marielle sorri, olhando os céus
na camiseta branca, no desenho
do muro que grita, em silêncio.
Marielle desfila, seu nome
na placa da rua, as vezes
me aponta a direção, as vezes
cheia de cores no enfeite da parede
as vezes, ao menos uma vez,
separada, Marielle, e Franco.
Marielle, um grito mudo,
presente.
Marielle, por todos os lugares
símbolo e nome e história e luta.
Quando fecho os olhos,
no canto do cisco,
Marielle dança.
Se você fecha o olho
Marielle ainda dança.
Mas Marielle está morta
há mil quatrocentos e quarenta dias
e eu ainda não sei dizer
por que, por que, Marielle
não dança mais
frente aos abertos olhos.
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Onishiroi Shonin
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