Corri como um louco.
Respirei e suei,
rangi os dentes,
sangrei.
(Na sala branca)
Pulei e agarrei
ar e poeira.
(havia um cavaleiro)
Caí,
rolei,
corri.
(segurando uma espada)
Girei, continuei,
corpo tenso, insisti.
(displicente. Sorriu pequeno.)
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Onishiroi Shonin
quarta-feira, 26 de março de 2014
sábado, 22 de março de 2014
Tudo o que não foi
Era uma vez uma menina
que escrevia poemas e poesias.
Tímida, a pobre menina,
as guardava, as escondia.
As poesias gritaram, um dia.
Cantantes, vibrantes,
queriam o som da voz,
queriam a luz do dia.
E a menina então,
a pobre menina,
fez-se grande e cantou
a bela poesia.
Mas a dura orelha
negra e branca e sem cor,
gritou gritou e gritou,
em prosa sem sintonia.
A menina, pobre menina,
todos os versos engoliu.
Chorou letras e canções
que nunca mais seriam.
A menina, rica mulher,
hoje simplesmente faz contas.
Soma, vende, brutaliza.
E sonha lindas canções,
explodindo conventos em prosa dura.
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Onishiroi Shonin
que escrevia poemas e poesias.
Tímida, a pobre menina,
as guardava, as escondia.
As poesias gritaram, um dia.
Cantantes, vibrantes,
queriam o som da voz,
queriam a luz do dia.
E a menina então,
a pobre menina,
fez-se grande e cantou
a bela poesia.
Mas a dura orelha
negra e branca e sem cor,
gritou gritou e gritou,
em prosa sem sintonia.
A menina, pobre menina,
todos os versos engoliu.
Chorou letras e canções
que nunca mais seriam.
A menina, rica mulher,
hoje simplesmente faz contas.
Soma, vende, brutaliza.
E sonha lindas canções,
explodindo conventos em prosa dura.
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Onishiroi Shonin
terça-feira, 18 de março de 2014
A última noite em que chorei
A noite era pontuada
de lanternas sorridentes.
O sabath era celebrado
por jovens descrentes.
Entre círculos de círculos
transladava um solitário.
De frágil carne, sem apoio,
dos truques vítima, escárnio.
Ferido, em fuga dentre os seus,
vacilou, caiu, quebrou.
Cerrou os punhos, tremeu,
sua dor se fez. Chorou.
Uma mão então se fez sentir.
Um braço, um torso,
um ombro. Liberto,
e nunca mais remorso.
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Onishiroi Shonin
de lanternas sorridentes.
O sabath era celebrado
por jovens descrentes.
Entre círculos de círculos
transladava um solitário.
De frágil carne, sem apoio,
dos truques vítima, escárnio.
Ferido, em fuga dentre os seus,
vacilou, caiu, quebrou.
Cerrou os punhos, tremeu,
sua dor se fez. Chorou.
Uma mão então se fez sentir.
Um braço, um torso,
um ombro. Liberto,
e nunca mais remorso.
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Onishiroi Shonin
segunda-feira, 17 de março de 2014
A guerra de um homem
O deserto me chama,
e espada em mãos,
vou-me, para que outros
não precisem ir.
Vou leve, em cascos ligeiros,
alforge vazio e coração cheio.
Todos os dias e noites,
procurarei seus olhos
no sol que nasce
na lua que se esconde.
Ouvirei suas preces,
no vento que sopra
e no silêncio da noite.
Eu volto. Eu hei de voltar.
Só lembre, por favor lembre
de me esperar.
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Onishiroi Shonin
e espada em mãos,
vou-me, para que outros
não precisem ir.
Vou leve, em cascos ligeiros,
alforge vazio e coração cheio.
Todos os dias e noites,
procurarei seus olhos
no sol que nasce
na lua que se esconde.
Ouvirei suas preces,
no vento que sopra
e no silêncio da noite.
Eu volto. Eu hei de voltar.
Só lembre, por favor lembre
de me esperar.
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Onishiroi Shonin
sábado, 15 de março de 2014
Flower tattoo
Let me escalate...
trough your body.
With tongue, fingers,
count your ribs.
Let me escalate...
your flavor.
Touch your substance,
drench your soil.
Let me escalate...
your flowers.
With teeth and flesh,
make them bloom.
Let me escalate...
your moaning.
Touch your soul,
give you life.
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Onishiroi Shonin
quarta-feira, 5 de março de 2014
A noite mais longa
E a noite caiu,
quente, escura. Barulhenta.
Vento, folha. Movimento.
Permaneciam os olhos amarelos,
silenciosas testemunhas
da história que acabava.
Palavras ditas e ouvidas,
distâncias foram medidas.
Uma porta se fechou
e quase tudo mudou.
Pela janela, o mundo lá fora
pouco se importou.
As testemunhas, uma a uma,
apagaram.
Sem se importar com quem ficou
o sol
continuou.
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Onishiroi Shonin
quente, escura. Barulhenta.
Vento, folha. Movimento.
Permaneciam os olhos amarelos,
silenciosas testemunhas
da história que acabava.
Palavras ditas e ouvidas,
distâncias foram medidas.
Uma porta se fechou
e quase tudo mudou.
Pela janela, o mundo lá fora
pouco se importou.
As testemunhas, uma a uma,
apagaram.
Sem se importar com quem ficou
o sol
continuou.
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Onishiroi Shonin
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