Hoje eu errei com uma flor
que conheci desde que da terra
saiu da semente e bocejou,
gritou, para o mundo.
Cuidei quando tinha só o caule.
Reguei, protegi, conversei,
e, eventualmente,
pequei
pois vi sua primeira pétala
e antes do desabrochar,
antes do pleno esplendor,
a tomei em minhas mãos.
Respirei seu perfume,
toquei sua pureza
e inebriei em seu néctar.
Pequei, por fim,
antes que outro pecasse.
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Onishiroi Shonin
quarta-feira, 29 de maio de 2013
segunda-feira, 13 de maio de 2013
Férias
Hoje eu acordei
tão cedo quanto.
Saudei o sol,
como sempre.
Me arrumei
com o mesmo prumo.
Tomei café, lendo jornal.
Mas depois,
ah... mas depois.
Depois não fiz porra nenhuma.
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Onishiroi Shonin
quarta-feira, 8 de maio de 2013
Largando a filosofia
Queria escrever um poema,
ou meditar questões
de sabedoria.
Queria contemplar o mundo,
estudar o universo,
entender o tudo.
Queria debater sobre o amor,
sobre a beleza das coisas,
dialeticar.
Queria curtir um pouco a
loucura, tristeza, ser feliz,
o choro.
Mas amanhã acordo as cinco.
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Onishiroi Shonin
domingo, 5 de maio de 2013
O cabo
Na ponta do mundo
a areia apontava o mar.
Não havia som,
só o quebrar.
Ereta, havia uma vontade.
Obsevava o infinito,
o fim.
Não soprava vento.
Um tremor da face,
um morder da língua,
um ato hercúleo.
Um assovio.
O lobo atendeu o chamado,
cheirou a mão da vontade.
Piscou.
Voltaram.
Na ponta do mundo,
o mar continuou a esperar.
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Onishiroi Shonin
quarta-feira, 1 de maio de 2013
Terreno baldio
Não era mais que um terreno.
Um lugar, um espaço.
Tinha algumas coisas,
mas pareciam pedaços.
Tinha um alguém.
Ficava olhando em volta,
vendo as coisas,
suspirava bastante.
As vezes pegava algo,
via que não valia mais
a pena. Algo quebrado.
Concluia não ter nada de bom.
Até que uma pessoa passou
por perto.
Alguém observou.
A pessoa sorriu, virou,
se foi.
Alguém correu atrás.
Subitamente, algo de bom
achou.
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Onishiroi Shonin
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